De repente me vejo na cozinha pra poder colocar a cabeça no lugar
Quem ai também se joga no fogão pra pensar? Parece loucura, mas muitas vezes estou cansada, mas a cabeça precisa voltar pro eixo e vou pra cozinhar fazer alguma receita – da minha cabeça ou não.
Eu sempre amei cozinhar, desde criança e tive sorte que minha mãe deixava eu estar na cozinha e ficava monitorando. Desde os 11 anos, quando me dava vontade de comer um bolo, por exemplo, eu não tinha o ímpeto de ir pedir para a minha mãe fazer, eu mesma queria lá e colocar a mão na massa. Sempre amei essa alquimia e mágica que é produzir um alimento.
E hoje não é diferente. Cozinhar é mesmo uma terapia, me faz bem e muitas vezes vou me alimentando durante o processo, só por manipular os alimentos e fazendo a receita tomar forma.
Sempre digo que quanto mais a gente cozinha, mais confiante a gente fica e começa e arriscar mais, elaborar receitas, porque automaticamente, você já sabe o que poderia combinar com o que e a importância de cada ingrediente na receita.
Isso é tão incrível. E a quantidade de receitas que a gente vai armazenando na memória? Eu tenho muitas e mesmo quando fico um tempão sem fazer determinada receita, eu me lembro das quantidades e “modo de fazer”.
Tem terapia melhor do que essa?
E quando me perguntam a quantidade dos ingredientes? Cozinheiro que é cozinheiro vai colocando tudo meio no “olhômetro” e muitas vezes eu não sei explicar a quantidade específica, apenas algo aproximado.
Durante a pandemia, muita vezes se jogou na cozinha, uns aprenderam a gostar e outros nunca se renderão aos encantos.
Mas de uma coisa eu tenho certeza: se não curte cozinhar, gosta de comer.
É assim que a gente se conecta, porque para um cozinheiro não tem nada mais gostoso do que assistir alguém comendo o alimento que ele produziu e repetindo: está muito bom, maravilhoso.
E eu pergunto de novo: tem melhor terapia do que essa?
Eu desconheço.