O Transtorno do Espectro do autismo (TEA) é uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento social, comunicativo e comportamental em que, geralmente, alguns sinais começam a aparecer durante os primeiros anos de vida, muitas vezes antes dos três anos de idade.
Dentre eles podemos citar alguns aspectos importantes sobre o autismo na primeira infância, chamados de “sinais precoces”, que muitas vezes ajudam os pais, educadores e profissionais envolvidos no processo de desenvolvimento do processo do diagnóstico. Os sinais do espectro podem ser detectados em bebês e crianças pequenas, mas é importante ressaltar que não se pode fechar nenhum diagnóstico antes da criança atingir uma certa maturação neurológica. Esses sinais incluem dificuldade em manter contato visual, falta de resposta aos gestos sociais, atraso na linguagem ou na fala, repetição de movimentos ou comportamentos (como balançar as mãos, girar objetos) e dificuldade em brincar de forma imaginativa.
Vale ressaltar que algumas crianças com autismo podem apresentar sensibilidades alimentares, seletividade alimentar ou dificuldades com a textura dos alimentos. Podemos exemplificar algumas considerações sobre alimentação infantil e autismo:
- Sensibilidades alimentares: crianças com autismo podem ter sensibilidades a texturas, cheiros ou sabores, preferindo alimentos com texturas específicas, enquanto outras podem ter aversões a certos alimentos devido a suas sensibilidades sensoriais.
- Seletividade alimentar: muitas crianças com autismo são seletivas em relação aos alimentos que comem, preferindo comer apenas alguns tipos de alimentos e rejeitando outros. Isso pode ser devido a preferências sensoriais, ansiedade alimentar ou dificuldades de comunicação.
- Rotina e previsibilidade: crianças com autismo muitas vezes se beneficiam de rotinas consistentes e previsíveis. Isso pode se aplicar à hora das refeições também. Manter horários regulares para as refeições e oferecer alimentos consistentes pode ajudar a criança a se sentir mais confortável e segura em relação à alimentação.
- Oferecer escolhas limitadas: dar a criança opções limitadas de alimentos podem ajudar a reduzir a ansiedade e aumentar a sensação de controle. Por exemplo, oferecer duas opções de vegetais para o jantar permite que a criança escolha, mas ainda dentro de limites pré-determinados.
- Introdução gradual de novos alimentos: introduzir novos alimentos de forma gradual e consistente pode ajudar a criança a se acostumar com novos sabores e texturas. Ofereça pequenas porções de novos alimentos ao lado dos alimentos familiares e seja paciente durante o processo de familiarização.
- Buscar orientação profissional: se você estiver enfrentando desafios significativos com a alimentação de uma criança com autismo, é importante procurar a orientação de um profissional de saúde, como um pediatra, nutricionista ou terapeuta ocupacional. Eles podem fornecer estratégias personalizadas e apoio para ajudar a abordar as dificuldades específicas da criança.
Por Flávia Barbosa – Neuropsicopedagoga